Que as coisas estão mudando, já sabemos e não é de hoje. Talvez seja somente impressão, mas percebo que as fórmulas dos mais variados programas vem mudando ao longo do tempo e se adaptando - ou tentando, pelo menos - as novas tendencias da sociedade. Nos programas humorísticos, por exemplo, as piadas passaram a ter um apelo sexual mais forte, afinal as piadas com tal teor atingem mais diretamente os telespectadores. Sei que muitos negam, outros realmente não gostam, mas o sexo faz parte do cotidiano e, embora antes fosse considerado tabu, hoje é discutido quase que abertamente na programação. Sim, os tempos estão mudando.

Foi ao ar no dia 31 de Janeiro o último capítulo de Amor à Vida, novela de estreia de Walcyr Carrasco no horário nobre e desde seu princípio já prometia muitas polêmicas. A Rede Globo recebe desde sempre acusações de alienação e manipulação e, veja bem, não estou me posicionando sobre isso, mas numa época onde as pessoas apenas veem algo numa rede social e saem compartilhando e destilando críticas aleatórias, muitas vezes sem ter qualquer conhecimento sobre o assunto, não é possível aceitar com clareza essas opiniões alheias, não é mesmo? O que proponho é uma analise real, feita individualmente por cada um. Fazendo tal analise, vejo que as pessoas se deixam manipular, essa é a verdade. Se você busca conhecer um assunto e cria proposições referentes a ele, dificilmente alguém te enganaria a respeito disso.

Mas, voltando ao assunto, a novela trouxe uma infinidade de temas pertinentes e de interesse geral da sociedade, porém pouco discutidos. Doenças como o câncer e o lúpus, o alcoolismo, o autismo, a adoção, entre tantos outros. Porém, fazendo jus ao nome, abordou o amor e suas mais variadas formas. O amor entre pessoas de diferentes classes sociais, biotipo, idade e, talvez, o mais impactante de todos no cenário atual: o amor entre pessoas do mesmo sexo, tendo como representante um dos personagens principais.
Ainda no quesito alienação, é claro que no decorrer da novela houveram cenas absurdas de crueldade e insensibilidade, mas poderia ser diferente numa civilização onde a violência estampa os tabloides e ocupa os telejornais todos os dias? Interessante mesmo seria utilizar o filtro que temos para distinguir o bom do ruim e retirarmos a mensagem que o autor tentou passar para nós. Irmãos se perdoaram, pai e filho enfim conseguiram criar um laço afetivo e vimos um verdadeiro - se é que podemos chamar algo fictício dessa forma - amadurecimento e arrependimento e todas as consequências que isso trouxe consigo.

Talvez essa "revolução" nas telenovelas brasileiras tenha começado um pouquinho antes, quando em certo momento da novela Fina Estampa, o personagem interpretado por Caio Castro, também ator de Amor à Vida, lançou um palavrão na cena que foi ao ar para os milhões de lares brasileiros. Talvez até bem antes, em algum momento não perceptível pra mim. Mas o passado não é relevante agora, a pergunta principal é: O que virá agora, depois de Amor à Vida?
*Todas as imagens pertencentes à Rede Globo de Televisão
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